domingo, 8 de junho de 2014

Hoje foi dia de "remexer no baú"

O meu gosto pela escrita não começou na blogosfera. Já vem de há muitos anos. Lembro-me de ser miúdo e de ouvir dos professores, sobretudo os de Português, que escrevia bem. A blogosfera fez-me desenvolver ainda mais esse gosto e tornou-me melhor comunicador, sem dúvida. Mas o gosto já vinha de trás. E sempre fui escrevinhando as minhas coisas. Tenho muita coisa em formato digital, mas tenho ainda mais coisas escritas à mão. Tenho vários cadernos com os meus rabiscos.

Foi ao vasculhar um desses cadernos que fui dar com o texto que vou colocar aqui mais abaixo. Partilho este texto convosco porque, ao mostrá-lo à Inês, minha colega de casa e trabalho, percebi que é um texto com que muita gente se vai identificar. Porque ela diz, e eu concordo, que acaba por ser algo transversal. Já toda a gente se apaixonou sem ser correspondida. Sejamos mais ou menos bonitos, mais ou menos interessantes, mais ou menos cativantes, já todos nós sofremos desgostos de amor. Por isso, acho que toda a gente vai relembrar pelo menos um momento da sua vida onde já se sentiu exactamente como eu descrevo neste texto, pelo que decidi transcrever estas palavras para o computador. Todos nós temos pelo menos uma história destas na nossa vida. Os desfechos é que podem divergir, mas estes sentimentos são transversais, por isso cá vai :)

Gostava de ser o homem que te arrebata o coração. Mas não sou.
Gostava de ser o homem que te deixa sem ar. Mas não sou.
Gostava de ser o homem que te faz estremecer. Mas não sou.
Gostava de ser o homem que te deixa arrepiada. Mas não sou.
Gostava de ser o homem cuja boca tu desejas. Mas não sou.
Gostava de ser o homem cujo abraço te faz sentir protegida. Mas não sou.
Gostava de ser o homem que é o teu último pensamento antes de adormeceres. Mas não sou.
Gostava de ser para ti tudo o que és para mim. Mas não sou.
Porque para ti sou apenas um amigo. Sou apenas alguém com quem te sentes bem, em quem te apoias, com quem te ris, mas só isso. Sou apenas aquele que te dá a mão quando estás a cair, mas com quem não queres seguir caminho quando te levantas. Sou apenas aquele que tu não sabes nem sonhas que está a apaixonar-se por ti, porque não me vês com esses olhos nem consegues conceber que eu posso ver-te assim.
Não sabes nem sonhas as sensações que me causas, os sentimentos que me despertas, o quanto te quero beijar quando olho para ti. Não sabes nem sonhas, nem nunca saberás ou sonharás. Porque irias fugir se soubesses. Mas se não souberes, vou continuar a poder ver-te sorrir. Mesmo que não seja eu o motivo do teu sorriso.

10 comentários:

  1. Bem... Adorei mesmo :) O modo como as palavras descrevem tão bem, mas tão bem o modo como nos sentimos. Sim, isto é o meu passado... um pouco de presente e espero bem que não o futuro :P ahahah Um beijinho

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    1. Foi precisamente por achar que toda a gente acaba por se identificar com estas palavras que acabei por postar este tesourinho :P
      Acho que faz parte do passado de todos nós, e todos esperamos que não faça parte do nosso futuro :P
      Beijinho

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  2. Sim, é transversal. E ainda bem que o é...se nunca tivermos amado sem sermos amados, não saboreamos a Esperança da mesma maneira. Não sabemos o que são Suspiros sentidos e noites perdidas.
    Faz parte :)
    beijinho****

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    1. Exacto, os sentimentos não correspondidos também nos ajudam a crescer e a saber saborear :)
      Faz parte, é isso mesmo :)
      Beijinho

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  3. Todos, em determinada altura, quisemos ser a pessoa especial de outra e não acontece. Já o senti, já o fiz sentir... aprendemos com isso.
    O texto está fantástico, gostei de ler! Simples e directo, como eu gosto. :)

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    1. Obrigado Inês. Está simples, de facto, mas muito sentido. Consigo recordar-me em pormenor do que o motivou, onde foi escrito, quando, porquê. Também o postei por me tocar particularmente :)

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  4. Quem nunca pensou/sentiu isto que "atire a primeira pedra" :P

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  5. Lindo texto, realmente é muito transversal, todos nós por mais bonitos/feios/populares ou sem ser já passámos por momentos em que não fomos correspondidos. Mas ainda bem que isso acontece para podermos dar valor a quem nos quer :D afinal não dizem que só reconheces a vitória se souberes o que é derrota? Isto aplica-se neste mesmo tema, só se sabe o que realmente é ter que goste verdadeiramente de nós quando acontecem estes contratempos.E pensar sempre positivo!
    Beijinhos*

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    1. Precisamente. O facto de em determinadas alturas não sermos correspondidos nos nossos sentimentos ajuda-nos a dar valor quando somos, ensina-nos a valorizar e saborear as vitórias :)

      Beijinho

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