Digo muitas vezes, meio a sério meio a brincar, que não há ninguém mais obstinado que eu. Quando meto uma coisa na cabeça, vou até ao fim. Sou muito mais emocional do que racional, mas quando traço um objectivo, só paro na meta.
Pois que atingi o meu objectivo inicial de sair dos 90kg, estou com 88,5kg (para 1.88m) - quando comecei esta jornada, pesava 96kg. Sobretudo à base de uma alimentação mais regrada, onde não deixei de comer o que gosto, mas passei a ter mais cuidados com a alimentação. Passei a comer menos de cada vez mas mais vezes por dia. Não tenho nenhuma "dieta" por assim dizer, mas também fiz um esforço para comer menos "porcarias". Como o que me apetece, mas de forma mais regrada. Por exemplo, se me apetecer McDonald's hoje, como! Mas já não como 3 ou 4 vezes por mês como fazia antes. Tentei disciplinar-me um pouco mais nesse sentido.
E tive mesmo de fazê-lo, porque infelizmente o exercício físico teve de ficar para trás. Devido a um pequeno susto cardíaco há uns meses atrás, fiquei proibido de fazer grandes esforços físicos, pelo que as corridas tiveram de parar. Actualmente vou apenas fazendo umas caminhadas. E os ensaios da banda também vão servindo para perder algumas calorias ahahah :P
Quanto ao café, consegui abolir os dois cafés diários que bebia antes de começar esta mudança de hábitos. Agora é muito raro beber café, só mesmo naqueles dias complicados em que me sinto meio zombie, e mesmo assim só bebo um.
A meta mais complicada era a do tabaco. Quem fuma ou já fumou, sabe que é dos piores vícios de deixar. E considero que essa foi a minha maior vitória. Deixei de fumar há 1 mês! Mas ainda não me considero ex-fumador... Porque quando saio à noite ainda não consegui evitar fumar 1 ou 2 cigarros - o álcool puxa o tabaco... Pelo que sou actualmente o que se chama de "fumador social" - e é por isso que tenho evitado ao máximo sair à noite. É porque quero conseguir ser não-fumador a 100% dentro de pouco tempo!
Apesar de todas as condicionantes, tenho orgulho do que consegui. Fiz mais por mim e pela minha saúde nestes últimos meses do que nos últimos 7/8 anos. Nem sempre foi fácil, admito. Sobretudo no que diz respeito à batalha do tabaco... Há dias em que o stress aperta e começa a surgir aquela vontade... É nesses dias que fico verdadeiramente insuportável - um enorme pedido de desculpa e um enorme obrigado a quem me tem aturado. Tenho noção que fico mais irritável, com menos paciência, mais brusco nas palavras e nas acções.
Concluindo, sou cada vez menos uma bomba-relógio no que à saúde diz respeito!
No post de Junho também escrevi isto:
"Os 27 vão também ficar marcados por outro tipo de mudanças. Tenciono,
mais do que nunca, olhar para a frente. Calar muitas bocas, muitos
profetas da desgraça e muita gente com a mania que é esperta. Tenciono
tornar-me mais confiante, tenciono dar um rumo à minha vida. Enquanto
não aparece "a tal", vou dedicar-me a mim e ao trabalho. Quero voltar a
ser distinguido como trabalhador do ano! Vou dedicar-me às pessoas que
valem a pena e mandar foder as que não valem. E quero ser digno da
"tal", da "the one". E como tal, vou levantar a cabeça e travar todas as
batalhas que tiver a travar, não vou fugir de nenhuma, não vou pôr a
minha vida nas mãos de ninguém. Vou tomar as rédeas da minha vida e da
minha felicidade. It's me against the world ;)"
A esse nível, as coisas podiam estar melhores, podiam... Acho que precisava de um boost de auto-estima, que a coisa já viu dias melhores... Mas uma coisa é certa: cada vez aturo menos bullshits. Estou a ter cada vez maior capacidade de mandar foder quem não merece a minha atenção, estou cada vez mais focado em mim, no que eu quero, no que eu preciso, no que me faz feliz. Nunca fui politicamente correcto, mas acho que estou cada vez mais focado no meu bem-estar. Pela primeira vez na vida, acho que estou a conseguir pôr-me à frente dos outros. Sempre vivi muito em função dos outros - não do que os outros pensam (era o que faltava!), mas do que os outros precisam. Anulei-me muitas vezes em função do bem-estar alheio. Burro velho não aprende línguas e há coisas que estão no meu ADN e que nunca conseguirei mudar. Mas consigo moldar, isso sim. E aprendi que não consigo fazer bem a ninguém se não conseguir fazer bem a mim próprio acima de tudo. Não corro atrás de ninguém, fica quem quer ficar, e esses eu valorizo cada vez mais. E vira costas quem quer virar. Não tenho que provar nada a ninguém, não tenho que correr atrás de ninguém, não tenho de ficar onde não me sinto bem, não tenho que mendigar nada a ninguém. Migalhas dão-se aos pombos. Ao meu lado quem quiser, contra mim quem puder. Ponto.
No meio disto tudo, sei que estou a calar alguém. Alguém que mandei foder há algum tempo atrás, e que estou-me a cagar se algum dia vai saber destas minhas vitórias. Mas era alguém que duvidava da minha determinação. Alguém que achava que eu não ia ser capaz de mudar os meus hábitos, alguém que achava que eram palavras da boca para fora. Mas só digo: quem ri por último, ri melhor.