domingo, 8 de março de 2015

Namor...quê???

Um dia destes, para aligeirar uma conversa mais pesada, uma colega sai-se com o seguinte comentário (sendo eu o destinatário do mesmo): "o que te fazia bem agora era uma namorada". Pronto, soltei logo uma valente gargalhadas, daquelas que já não saíam há algumas semanas. Uma namorada? Naaa, wrong answer... Conhecem o velho cliché "se eu não gostar de mim, quem gostará"? Neste momento tenho uma versão semelhante: se eu não estiver bem comigo próprio, como é que posso dedicar-me a alguém?

Uma relação exige dedicação. Pelo menos para quem, como eu, não está numa relação por estar. E neste momento não me sinto capaz nem com forças de me dedicar a alguém - tomara ter forças para me aguentar, quanto mais...

Não sou hipócrita e não escondo que me sinto meio carente. Não nego que, nos momentos de crise, não há nada melhor que do que "aquele" abraço reconfortante. Não nego que o meu estado de carência actual já me ia fazendo "asneirar", digamos assim (ou, por outras palavras, pôr-me a jeito para ficar ainda mais na merda). Mas voltamos à questão inicial: como posso eu dedicar-me a alguém neste momento, se ainda mal consegui pôr a cabeça no lugar?

A última coisa que quero agora é apaixonar-me - aquele momento em que um gajo cospe para o ar, cheio de medo que lhe caia em cima, que é o que mais acontece... Mas é verdade... A última coisa que quero neste momento é pôr-me em situação privilegiada para voltar a marrar na parede...Já me basta o facto de o meu coração ter decidido, há uns meses atrás, apontar para Norte e voltar a esbarrar no nada. Não, neste momento prefiro estar como estou. Ficar bem comigo antes de me sentir capaz de ficar bem com alguém. Dedicar-me a mim e aos meus, antes de me sentir capaz de me dedicar a mais alguém.

A solteirice também tem as suas vantagens e as suas coisas boas. E a verdade é que tenho aprendido a estar sozinho. Até há alguns anos atrás, eu não sabia o que era estar muito tempo sem uma relação, normalmente eram apenas alguns meses (meia dúzia no máximo). Mas hoje sei porque é que isso acontecia: eu não me apaixonava verdadeiramente, apenas me interessava. E o interesse é sempre algo passageiro, e quando acabava, puff... As coisas só mudaram quando me apaixonei verdadeiramente. E entretanto também fui ganhando alguma maturidade emocional. Entre Abril de 2011 e Maio de 2012, não tive qualquer relação. Contudo, e na ressaca de um amor que já não era correspondido e de uma fase fundo do poço, tive alguns envolvimentos casuais. Neste momento, é diferente... Não tenho ninguém há praticamente um ano. Nem sequer casos de uma noite (vá, uma - e apenas uma - noite de carência que acabou apenas com uns beijos não conta, pois não?). E não tenho pressa, nem me sinto "desesperado" nem ando à procura de nada. Tudo acontece na altura certa e por algum motivo, right? Há pessoas que não sabem estar sozinhas, que precisam de um "apêndice" para se sentirem felizes, que ficam "ressabiadas" se forem as únicas pessoas solteiras num grupo - conheço tantos exemplos disto... Já eu, estou numa fase em que de facto prefiro mesmo não ter ninguém. Não me sinto preparado para investir numa relação, para voltar a jogar as fichas todas...

Também é verdade que o facto de ter começado o ano com o pé esquerdo levou a isto. Fui-me completamente abaixo com a morte do meu pai, e isso tem-se reflectido em muita coisa. Aliás, por ter consciência disso é que me tenho forçado a certas coisas: tenho-me forçado a voltar à blogosfera, tenho-me forçado a voltar aos filmes, tenho-me forçado a não me isolar. Mas não quero forçar relações. Neste momento, seria um péssimo namorado. Não ia conseguir dedicar-me, não ia conseguir investir numa relação, não ia conseguir estar mental e emocionalmente disponível para isso. Portanto, não, não era uma namorada que me fazia bem agora. E menos ainda "uma qualquer", numa escolha quase random, só porque sim, só porque estou carente. Voltar a namorar, só quando o coração realmente palpitar fortemente. Como diz a letra de uma música, "hoje, se me apaixonar, deito um foguete por ti".

7 comentários:

  1. Esse discernimento vai levar-te precisamente ao lugar a que precisas chegar, Roger. E aos braços de quem te proporcionará aquela explosão de sentimento que mereces viver.

    Muita admiração pela forma como estás a caminhar, neste conturbado começo de 2015!
    Beijinho*

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    1. O mérito por estar a conseguir caminhar não é meu, mas sim de todos os que têm estado ao meu lado, incluindo tu, portanto obrigado por isso :)

      Este discernimento é fruto de ter grande conhecimento a respeito de mim próprio. Conheço-me bem. E sim, admito-me carente. Mas prefiro não ter ninguém neste momento, não me sinto capaz de me dedicar a uma relação, e por isso mais vale estar quieto no meu canto :P

      Beijinho grande *

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  2. Olá Roger,

    Para estarmos bem numa relação temos de estar bem e felizes connosco mesmo. Em relação a ser ou não solteiro depende dos planos que temos para o nosso futuro.

    Parabéns pelo caminho percorrido e muita força neste momento.

    Abraço e bom início de semana.

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    1. Olá Sérgio

      É isso mesmo. Ninguém consegue dedicar-se realmente a uma relação se não estiver bem consigo mesmo.

      Obrigado!

      Grande abraço

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  3. Adorei seu texto, senti-me tocada, já estive numa situação semelhante e penso o mesmo!
    Sábias palavras! :D

    Abraço!

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  4. Adorei seu texto, senti-me tocada, já estive em uma situação semelhante e penso o desta forma. Mesmo estando carente, acho que meu mundo estava e ainda está meio revirado, não seria a hora de me apaixonar por alguém.

    Abraço! :D

    http://marianamoura15.blogspot.com.br/

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    1. Antes de mais, bem-vinda ao blog :)

      É isso mesmo. Quando o mundo está revirado, o melhor mesmo é parar para pensar pois não seria a hora de nos apaixonarmos por alguém :) *

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