terça-feira, 12 de maio de 2015

Balanço de um ano após o maior voto de confiança que tive na minha vida profissional


E posso dizer que tem sido um desafio constante. O que me agrada, porque eu gosto de me sentir constantemente desafiado, gosto de transpor barreiras. Gosto de fazer mais e melhor. A palavra "ambição" é muitas vezes conotada negativamente, mas eu, não só acho uma coisa positiva, como acho também essencial. É a ambição que nos leva mais além, que nos faz querer ser mais e melhor, que nos ajuda a realizar os nossos sonhos, que nos faz atingir as metas. As pessoas levam a palavra "ambição" para o lado negativo porque associam-na a "espezinhar". Atenção! Ambição é uma coisa, não ter escrúpulos é outra! São coisas bem diferentes! Ser ambicioso não quer dizer que se passe por cima dos outros ou que se seja capaz de tudo para subir! E eu vejo a ambição como algo essencial. Espicaça-me, faz-me querer superar-me - mais do que superar seja quem for, quero sempre superar-me a mim! E dizerem-me "não és capaz"? Ui, é dos maiores incentivos que me podem dar: podem ter a certeza que vou conseguir, ou, na pior das hipóteses, morrerei a tentar!

Ao longo deste ano como "chefe" (sinceramente? odeio a palavra :P), o trabalho em si, quer no volume, quer na responsabilidade, não tem sido o maior desafio. O maior desafio tem sido lidar com pessoas. Manter as pessoas motivadas e focadas, manter o espírito de equipa e de entreajuda, manter-me atento aos estados de espíritos de cada um, gerir expectativas, e por aí fora. Esse sim é o verdadeiro desafio. Já escrevi sobre isso uma vez, aqui (clicar para abrir)

Não é nada fácil, acreditem... Há dias em que só me apetece é fugir. E há dias em que só me apetece dar um berro. E há dias em que me gastam o nome (é o telefone que não pára, são os meus próprios chefes a pedir coisas, são os colegas a pedir ajuda, ou whatever) e só me apetece dizer "foda-se, tudo eu, tudo eu!". Há dias caóticos, que há. Há dias em que dou por mim a pensar "vou pedir um mês inteiro de férias e ai de quem não autorize". Mas é aí que depois entra a parte da responsabilidade e do bom-senso... Às vezes, até demais... Sou um workaholic, confesso. Por exemplo, quando o meu pai faleceu e eu estive em Coimbra durante quase 2 semanas, estive sempre contactável - ninguém me chateou com trabalho, mas eu, não só fiz questão de me manter contactável, como também tive a preocupação de ir ligando. Porque foi uma situação repentina, que não me permitiu ter o trabalho alinhavado, porque não tive tempo de (nem cabeça para) "passar a pasta".

Não me defino como "líder". Não ajo com isso na cabeça, não tomo as minhas decisões a pensar que "estou a ser um líder". As minhas acções são apenas fruto do que eu sou como pessoa. Cada acção que faço, faço-a seguindo os meus valores e seguindo aquilo em que acredito. Esse é o meu foco diário: ser eu próprio, seguindo o meu sentido de justiça, seguindo os meus valores e ideais, seguindo as minhas convicções, e confiando nos que me rodeiam e que são a minha equipa.

Desde o dia em que fui promovido, tenho para mim uma premissa pessoal, que me foi incutida na educação e que faço questão de ter bem presente em todos os aspectos da minha vida: o "poder" traz grandes responsabilidades. Não deixo que a promoção me faça adormecer à sombra da bananeira: justifico, todos os dias, a responsabilidade que me foi confiada; justifico, todos os dias, a confiança que depositaram em mim; justifico, todos os dias, o ordenado que ganho. E também não esqueço, nunca, quem me deu a mão quando precisei. Não esqueço que este trabalho garantiu, numa determinada altura, a sobrevivência da minha família. Não esqueço que eu batalhei muito para chegar aqui, mas que também estou onde estou porque houve quem acreditasse em mim. E portanto sou também muito grato a todos os que me ajudaram a crescer profissionalmente. E o meu esforço diário também é por eles: para que nunca se sintam desiludidos comigo.

6 comentários:

  1. (este foi um texto longo, mas eu li até ao fim e revi-me muito nele tanto que nem tenho muito a acrescentar)

    "As pessoas levam a palavra "ambição" para o lado negativo".

    Infelizmente é verdade. E devo dizer que desconfio muito deste tipo de pessoas.

    Aplico a mesma regra à minha vida pessoal e profissional. Tento dar sempre o melhor de mim.Mas o que me deixa ainda mais com o pé atrás são daquelas pessoas que entendem que por querermos ser bons no que fazemos (porque também nos realizamos pelo trabalho, quando gostamos do que fazemos) podemos estar eventualmente a descurar ou a relegar para segundo plano nosso lado mais humano e a nossa missão última que é fazer os outros felizes.
    Eu que me acho competente, tenho metas ambiciosas para mim e sou competitiva, conseguindo acabar o meu trabalho, muitas vezes fico a ajudar colegas no escritório que estão atrasados. Já fiz o trabalho de uma colega cuja irmã estava morrer com cancro. Já fiz uma directa no escritório, sem ser obrigada a isso porque a culpa não foi minha, de forma a acabar um projecto dentro do prazo, apenas e tão só porque uma colega se atrasou, uma vez que tinha um filho doente.
    O que ninguém (família, amigos, colegas de trabalho) sabe é que trago sempre umas sapatilhas na mala do carro para calçar sempre que, quando saio mais cedo do trabalho, vou fazer voluntariado a um abrigo onde faço de tudo: desde lavar panelas, servir refeições, conversar, dobrar roupa, se for preciso limpar o chão. Em suma, não é por sermos competitivos que necessariamente nos vamos esquecer de ser generosos com os que nos rodeiam, seja colegas, amigos ou desconhecidos.

    (eu não acredito nessas conversas de signos, mas tu fazes anos no dia 5, eu faço anos no dia 7 de Junho, quanto mais te leio, mas identifico alguns traços de personalidade em comum). Bjs

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    1. Wow, tenho a dizer que te admiro! É de grande valor fazer o que tu fazes, os meus parabéns por isso!

      Eu já fiz voluntariado, mas parece que já foi noutra vida, tendo em conta que já foi há muito tempo... Infelizmente, foram surgindo várias condicionantes, e foi algo que foi sendo adiado sucessivamente, de há uns 8 anos a esta parte :/ mas confesso que tenho saudades...

      Quanto à vida profissional, é precisamente isso... A conotação negativa da palavra "ambição" parte muitas vezes daí, de se pensar que uma pessoa ambiciosa e competitiva é uma "besta". Mas eu, acima de tudo, sou ambicioso e competitivo comigo próprio! Mais do que querer superar seja quem for, quero sempre superar-me a mim (sou realmente exigente comigo próprio). A minha maior luta é comigo próprio, a minha maior corrida é contra mim próprio. E é aí que eu acho que a ambição nos leva mais além: faz-nos querer dar sempre mais, fazer mais, fazer melhor, ser mais, ser melhor. Odeio a ideia de estagnar, de não evoluir. Ou, pior que isso, virar parasita da sociedade. Recuso-me a isso! Quero ser capaz de, todos os dias, ir um pouco mais além.

      (eu também não acreditava nada nisso de signos, até um dia uma ex-namorada me ter mostrado que as coisas até podem fazer algum sentido ahahah :P)

      Beijinho

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    2. Por vezes sentimo-nos em contra-corrente mas o que acho é que realmente todos, sem exceção, buscam a realização profissional, serem melhores, serem reconhecidos pelo seu mérito e sentirem-se desafiados a irem mais longe pois é isso que dá cor à vida. Porém, e é aí que as diferenças surgem, existem aqueles que têm a coragem de se colocarem ou serem postos à prova e ambicionam mais e mais é os outros que não tem coragem e preferem acomodar-se (muitas das vezes a tentar abater os primeiros)!

      Da minha parte só perdem tempo porque quanto mais me tentam subestimar mais eu me supero a mim própria ;)

      Estou convosco nessa luta diária, é nesse desafio constante que renovo, diariamente, o encanto desta vida!!

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    3. Subscrevo totalmente o teu comentário, e sobretudo o segundo parágrafo: tentarem derrubar-me só me serve de motivação :P

      Estou contigo também :)

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  2. Mais uma vez revejo-me nas tuas palavras. Só acrescento uma coisa que não disse antes: é de louvar que tenhas sempre essa postura de reconhecimento e agradecimento em relação àqueles que te ajudaram. Só mostra que tens um bom fundo. Bjs

    (Parece que sim, também confirmo uma tendência para colecionar sapatilhas, mas que o trabalho infelizmente não me permite usar. Isto deve estar tudo relacionado.)

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    1. Obrigado :)
      Se sou o que sou e se atingi o que atingi, também o devo aos que me rodeiam. Ninguém faz nada sozinho :)

      (Como não tenho dress code a nível profissional - digamos que todos os dias são "casual friday lol" - uso sapatilhas em quase todos os dias do ano lol)

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