sábado, 26 de julho de 2014

Não faz muito sentido a quem lê, mas faz sentido a quem escreveu...

Já viram o filme "Déjà-Vu"? 
Até já falei dele aqui no tasco, neste post (clicar para abrir).
Há um momento do filme (não vou contextualizar, para não spoilar a quem não viu o filme) em que a personagem do Denzel Washington diz o seguinte à personagem da Paula Patton: "e se tivesses de dizer alguém a coisa mais importante do mundo, sabendo que nunca iriam acreditar em ti?". Mais à frente no filme, o cenário inverte-se e é a personagem da Paula que diz a mesma frase à personagem do Denzel. A resposta, quer de um quer de outro, nos dois cenários, foi: "eu tentava".

E agora eu, Roger, personagem principal da minha vida, faço a pergunta: "e se quisesses dizer algo, sabendo que não serias levado a sério?". Num primeiro impulso, também responderia a mim próprio que tentaria. Porque concordo com a mítica frase "you miss 100% of the shots that you don't take". Só que a coisa complica-se quando somos assim um bocado palhacitos e há sempre quem pense que estamos na brincadeira quando estamos a falar a sério.

Na vida, nada é linear. Até porque vamos sendo moldados pela própria vida. Cada cabeçada que damos vai mudar algo em nós. E ao fim de algumas cabeçadas, a minha mente começou a interiorizar que às vezes mais vale não falar. E eu julgo que essa é a minha maior batalha interna. Eu sou muito mais coração do que razão, eu sou de impulsos, eu sou de instintos, eu vivo com o coração na boca. Num mundo ideal, devíamos ser capazes de equilibrar a balança, devíamos encontrar o equilíbrio perfeito entre a emoção e a razão. Mas no mundo real, nem todos somos equilibrados. Então eu, sou o perfeito desequilíbrio. E quando tento contrariar o coração e seguir a razão, fico num verdadeiro conflito interno.

O pior é que, quando contrario o coração, normalmente a coisa corre mal... Quando vou contra mim, o resultado raramente é favorável. E acabo invariavelmente no "e se...". Mas por outro lado, sei que em muita coisa ganharia mais em estar calado. Ganharia mais se, em algumas situações, quando sentisse o coração a subir à boca lhe desse um murro para ele voltar para baixo.

E é este o meu conflito. Falar ou não falar, eis a questão. Sabendo que às vezes há coisas ainda mais importantes em jogo. Sabendo que às vezes há muito a perder. Sabendo que às vezes não vou ser levado a sério. Um dia hei-de descobrir a resolução deste conflito, as tréguas do coração e da cabeça. Até lá vou vivendo nesta "paz podre", dividido entre o falar e deitar muito a perder, e o calar e viver no "what if...".

10 comentários:

  1. Quando falamos temos certeza de que algo foi feito e que podemos mudar algo e quando não falamos, temos a certeza de que jamais poderíamos mudar algo...mesmo que em uma fração de segundo no tempo...então se o seu conflito é falar ou não falar, mude isso, alguém sempre estará atendo às suas palavras! Grandes nomes da História são conhecidos até hoje porque ousaram falar o que pensavam e mudaram o Mundo .Não tem como não perder sem ousar e o resultado é apenas um, digamos...déjà-vu !
    Abraços
    Lhu Weiss

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    1. Antes de mais, podes tratar-me por tu, está bem? ;)

      Obrigado pelas tuas palavras. Regra geral, eu sou de falar. Porque sigo o meu coração, vivo com o coração na boca. Mas às vezes as coisas são mais complicadas... Mas obrigado pelo conselho :)

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  2. Se não falares não sabes se perdes ou não, se és levado a sério ou não, isto pegando em coisas que disseste. Mas lá está depende da situação, do momento, do que se tem de dizer e a quem...depende de tanta coisa. Fosse a vida algo linear e simples, sem variáveis...

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    1. Lá está... Há variáveis, nem tudo é linear...
      Por isso é que às vezes mais vale falar e às vezes mais vale calar :P
      Obrigado pelo conselho ;)

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  3. Eu sigo a máxima de fazer e dizer o que sinto! ;) Para o bem ou para o mal...

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    1. Regra geral, eu também... Regra geral, sigo o coração. Mas às vezes há coisas mais importantes em jogo, às vezes há muito a perder :/

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  4. Não conhecendo a situação não sei o que será melhor. Mas entendo que possas estar confuso e sem saber o que fazer, porque já estive em situações parecidas. Olha, se calhar o melhor é optares pela solução que te trouxer mais paz.
    Espero que tudo se resolva pelo melhor. :)
    beijinho

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    1. O principal problema é conseguir descobrir qual é a solução que traz mais paz :P
      A vida às vezes tem dilemas lixados :P
      Obrigado :)
      Beijinho

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  5. Se não arriscares nunca saberás o que fizeste mal, assim só te prejudicas a ti mesmo. Não penses no ''e se'' pensa com o coração mas arrisca. Quem dera a nós que isto de viver não fosse por vezes tão complicado mas sem tanta complexidade em que um caminho tem tantas vertentes. Como eu te entendo, se tudo fosse mais fácil! Isto por vezes não se trata de viver mas sim sobreviver, nós humanos somos tão complicados.
    Beijinhos e força!

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    1. De facto há vários caminhos, várias vertentes. É difícil escolher, porque às vezes há mais a perder do que a ganhar... Mas tudo se há-de compor...
      Obrigado :)
      Beijinho

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