sábado, 24 de maio de 2014

You miss 100% of the shots that you don't take

Na quinta-feira, ia eu a entrar no restaurante para ir almoçar, quando me cruzo à porta com uma rapariga que eu já não via há uns 11 ou 12 anos. Costumávamos passar férias no mesmo sítio, ela fazia parte do meu grupo, mas deixou de ir para lá e nunca mais a tinha visto. Até quinta-feira. Reconheci-a de imediato, continua igual. Mais crescida, mais mulher, sim. Mas as feições continuam iguais. Foi um encontro altamente improvável, mas foi agradável. Fiquei a saber que está por cá a passar uns dias de férias com umas amigas. Para pôr a conversa em dia, combinámos almoçar esta sexta-feira, uma vez que eu estaria de folga.

E assim foi. Fomos almoçar, mas mais que isso fomos conversar. Falámos sobre o que temos feito, como vão as nossas vidas, falámos sobre os amigos que tínhamos em comum. E relembrámos os velhos tempos, aquelas férias em que nos divertíamos como se não houvesse amanhã, em que íamos para a praia todos juntos, em que estávamos na casa uns dos outros. Falámos das aventuras desses tempos e de como aquele tempo, apesar de já um pouco longínquo, marcou a nossa vida. 

No meio de todas as recordações, acabei por lhe contar que num daqueles Verões, tive uma paixoneta por ela. Coisa de puto, o normal da adolescência, uma pancada de Verão típica de miúdos. Ela era (e é) uma miúda bonita, simpática, e é dois anos mais velha que eu, por isso o encantamento era natural, embora essa pancada tenha passado tão rápido como havia chegado. Qual não é o meu espanto quando, a rir à gargalhada, ela confessa que exactamente no mesmo Verão também teve uma pancada por mim mas que nunca tinha tido coragem de assumir! Contou-me que, no final dessas férias, chegou a escrever-me uma carta mas que não conseguiu entregá-la :P

Acabámos os dois a rir com esta história. Porque acaba por ser algo improvável dois amigos terem uma paixoneta de Verão um pelo outro ao mesmo tempo. E no fim fiquei a pensar que, de facto, falhamos sempre que não arriscamos. Claro que às vezes há condicionantes, sejam factos reais ou sejam questões morais e éticas (eu nunca me faria à namorada de um amigo, por exemplo!). Mas às vezes só não arriscamos por parvoíce, por medo da rejeição, por insegurança, whatever. É óbvio que éramos dois miúdos, é óbvio que no máximo duraria aquele Verão, mas durante aquele Verão podíamos ter sido felizes (de uma forma adolescente, mas ainda assim felizes). E acabámos por ser ambos uns grandes totós :P

8 comentários:

  1. Acabaste de descrever uma autentica cena de filme...gostei e fico feliz que se tenham reencontrado!

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    1. Foi algo completamente inesperado, não a via mesmo há muitos anos nem sabia nada dela. Mas estes reencontros sabem sempre bem :)

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  2. Parvoice, medo, insegurança.. onde é que eu já vi disto? LOOOL :p

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  3. Às vezes só depois de os momentos passarem é que nos apercebemos deles...é verdade...mas nunca te esqueças que todos os dias escreves uma página:)))) do teu livro...certo?!

    jinhooooossssss

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    1. Certíssimo :)
      E é assim que tento pensar: todos os dias escrevo uma página da minha história :)

      Beijinho Suri

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  4. Estes reencontros são sempre revigorantes. ;)
    beijinho

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