sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Mostraram-me isto e eu não resisto a partilhar, porque subscrevo todo o texto!

"No passado dia 14 de Dezembro, sete jovens tiveram um terrível final de noite no Meco, foram engolidos por uma onda quando se encontravam à beira mar, apenas um teve a sorte de sair com vida. Foi a primeira vez que vi um caso destes nas nossas praias, e foi também a primeira vez que vi o nosso jornalismo passar de completamente parcial sempre que fala de praxe, acusando a de ser cobarde e fazer mal aos jovens, para passar a ser completamente medíocre e podre. Sensacionalismo barato.

Passar de a praxe é cobarde para a praxe mata, é tão chocante que parece uma piada de mau gosto. Eu percebo que exista muita gente que não perceba a praxe, porque nunca a viveu ou simplesmente porque nao se identifica, mas da mesma forma que quem praxa e gosta não questiona os que não gostam e não se identificam porque raio têm de estar sempre a bater na mesma tecla? Desnecessário.
 
Obviamente que há praxe e praxe, e há praxe positiva e negativa, óbvio que há bons e maus praxantes, óbvio que há praxe pensada para integrar os caloiros e praxe para os humilhar. Mas também há bom e mau jornalismo, e bons e maus jornalistas, e os bons sabem como é frustrante quando ouvem generalizações do público, tais como, os jornalistas são todos iguais, os jornalistas são sanguessugas etc… Pois bem para um bom praxante ou para alguém que siga os reais valores da praxe académica também é desconfortável ser comparado aos que usam a praxe para se afirmarem.
Mas óbvio que para quem escreve num jornal, por detrás de uma muralha de proteção, pode dar se ao luxo de fazer os títulos mais sensacionalistas e absurdos de que há memória.
 
Mas vamos ao busílis da questão, toda está associação é estúpida e baseada em premissas falsas e hipócritas, ora vejamos, se os sete jovens tivessem estado a fazer voluntariado a tarde toda e tivessem ido para a praia à noite, ninguém ia ser estúpido ao ponto de fazer uma machete de jornal a dizer a praxe matou jovens, ou algo do género.
 
Em contrapartida a praxe, já mata, ou melhor já é um tema porreiro para associar ao infeliz acontecimento do dia 14. Cresçam e sejam imparciais.
 
Eu não sei quanto ao leitor mas, na minha opinião títulos destes começam a associar, os jornais em questão, a notícias falsas e para vender capas, não sei para quem isto será bom, para os jornais não é, para as famílias deve ser revoltante e para qualquer trajado de qualquer faculdade deste pais, bom ou praxante é mau.
 
A praxe não vai desaparecer tão cedo, desistam antes que percam ainda mais leitores a tentar. E que as seis vidas perdidas não deixem também elas de servir exemplo para todos nós."
 
 

20 comentários:

  1. Que triste!! Por acaso não sabia que tinha sido por causa da praxe.....
    é pah....deixem os miúdos sossegar e as famílias que já sofrem o suficiente...

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    1. A questão é: o que é que prova que foi praxe??? Tenho andado out das notícias, mas pelo que sei apenas consta que os miúdos estavam trajados! E sou sincero: a primeira coisa que pensei quando se soube disto foi "estavam bebados e foram para o mar inconscientemente".

      O problema é que ultimamente parece que o mal do mundo são as praxes. Hás-de reparar que sempre que acontece algo a um universitário, a culpa é da praxe!

      Que se perceba de uma vez que a praxe é uma coisa boa se for praticada por bons praxantes! Infelizmente, como em TUDO, há gente que dá má reputação às praxes - tal como há maus médicos, maus jornalistas, maus comerciantes, maus advogados, enfim pessoas que dão má fama ao que praticam. Mas não se pode julgar uma parte pelo todo! Ainda por cima, muitas das pessoas que criticam as praxes nem sequer conhecem os Códigos em vigor nas diversas Universidades. Isso é que é triste!

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    2. Pois..és como eu que não vejo TV e não leio jornais....aflige-me tanta desgraça junta.
      As praxes sempre foram em alguns casos um pouco violentas...mas temos que ter consciencia do que se faz....sempre houve mortes trágicas de jovens até em festas de finalistas... acontecem e são demasiado tristes. Agora procuram alguém a quem atribuir culpas...é sempre assim....
      Nunca saberemos ao certo o que se passou...especula-se e alguns ganham rios de dinheiro à conta disto, porque há quem compre este tipo de noticia....é triste não é?

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    3. "As praxes sempre foram em alguns casos um pouco violentas" - é precisamente essa a ideia errada que existe das praxes... Eu não ando nem andei no ensino superior, mas sou natural de Coimbra, o berço do espírito académico e das tradições praxísticas. As praxes, praticadas por bons praxantes, não são violentas. São uma excelente forma de integração, e eu sei do que falo. Uma boa praxe, bem praticada e à luz do Código de Praxe (infelizmente desrespeitado por muitos), proporciona aos caloiros momentos inesquecíveis. E volto a dizer: o bom praxante não humilha, não é violento, não obriga ninguém a beber.

      O mal é haver, como de resto em tudo na vida, pessoas que trazem má fama à praxe. No geral são miúdos com sede de poder, que se aproveitam do seu estatuto de doutores para violentar os outros. Esse é o exemplo errado. E, embora seja cada vez mais frequente, continua a ser uma minoria!

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    4. Concordo em absoluto!
      Eu fiz praxe... há muitos anos.....looll e foi giro e sem violência ou humilhação....
      as excepções não podem ser consideradas como geral...sem duvida...
      Mas são aproveitadas...aliás como leste. E agora até vão buscar todos os casos de violência que encontrem, apenas para provar a tese e vender mais....é por isso que não vejo...é mais a pensar nos lucros que na informação...

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    5. A evolução dos meios de informação é sem dúvida uma mais-valia. Mas muitas vezes usada de forma errada. Usa-se demasiadas vezes a comunicação social para passar informações erradas e para deturpar a realidade. O facto de os jovens estarem trajados quando se deu a tragédia não prova NADA para além do facto de serem universitários! Isso acaba por ser o mesmo que dizer que todos os polícias são íntegros porque usam uma farda de autoridade: e quantos polícias são corruptos, violentos, quantos já mataram as esposas, etc? O uso do traje académico nem mostra que todos os jovens praticam praxes violentas nem mostram que todos são praxantes impecáveis: como em tudo na vida, há bom e mau, em todo o lado. Infelizmente, devidos a maus exemplos (que, volto a dizer, são ainda assim uma minoria), agora parece que há um estigma contra as praxes que me faz confusão!

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    6. Já reparaste que a violência "vende" mais que as coisas boas? é isso.... o tal abuso é relativo a tudo o que provoque curiosidade nas pessoas...infelizmente este tipo de coisas provoca.
      De resto prefiro acreditar no lado bom do que existe, a comunicação social serve para o que serve e pode ser uma mais valia em alguns aspectos, como em tudo, não generalizo o que de mau se faz. Mas não brinco quando digo que sou uma alienada em relação a noticias...e lá em casa ou se vê Panda e Disney...ou raramente se vê um filme ...
      Beijinhos Roger!!

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    7. Eu costumo ver notícias. Mas a verdade é que, de há uns tempos para cá, não tenho tido muita paciência, sobretudo ao nível da política - desde que houve aquela crise política no Verão, que enjoei política xD
      Mas sim, é verdade, a violência e as desgraças enchem as páginas dos jornais e o tempo dos noticiários :/
      Beijinho

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  2. Este tema... mexe com o meu sistema nervoso! Ultimamente é "moda" falarem mal da praxe! Eu, praxada e praxante de Coimbra, afirmo... Foram os melhores tempos da minha vida! A praxe foi um trampolim para a integração no curso e até na cidade! Já paravam de dramatizar injustamente algo que por si só não tem essa conotação. São as pessoas que fazem a praxe. Se há praxes violentas é porque existem pessoas violentas. A praxe SÓ serve como meio de integração, não humilhação e não (até me custa dizer isto) magoar/matar alguém. A culpa dos exageros não é da praxe, é das pessoas! E tenho dito!

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    1. Nem mais, não diria melhor!
      O problema é que, como só têm visibilidade os casos negativos, passa uma ideia errada da praxe. O que acaba por trazer "medo" aos caloiros, que depois já se dizem "humilhados" por merdinhas mínimas. Passou-se a ver as típicas brincadeiras e picardias como humilhação -.-'

      Uma pessoa que fez parte da minha vida em determinada altura era um bocadinho "anti-praxe". E quando entrou na Universidade, em Évora, sofreu um bocadinho no início. Não estava habituada à cidade, estava longe das suas pessoas, e como não achava grande piada às praxes acabou por ir abaixo (e apesar de não ter sofrido abusos praxísticos, também não teve propriamente as praxes mais divertidas). Depois acabou por integrar-se brutalmente bem e quando chegou a sua vez de praxar deu o melhor dos exemplos.

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  3. Cada vez mais acho que a comunicação social/imprensa se alimenta da desgraça alheia. Pouco lhes importa o que as famílias possam estar a sofrer, o que lhes interessa é esmiuçar ao máximo a dor e o sofrimento. Então se arranjarem contornos rebuscados para as ocorrências, melhor ainda. E esta de associar esta tragédia à praxe é, no mínimo, ridícula. O que tem uma coisa a ver com a outra? Enfim...continuamos a viver num Portugal dos pequeninos, e isso entristece-me profundamente!

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    1. Sem dúvida.
      O mais ridículo é que não há indícios efectivos de isto ter acontecido em praxe. Mas a comunicação social decidiu fazer a "brilhante" associação de ideias, só porque os miúdos estavam trajados. Então, se eu for universitário, sair de casa trajado com uma arma na mão e andar a matar pessoas, a culpa vai ser da praxe?! Isto é ridículo!

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  4. Eu devo andar distraído. É a primeira vez que vejo este caso associado às praxes. Nem sabia que havia praxes em dezembro.
    Se foi isso, não percebo como é que os praxantes se meteram também em risco...
    Uma coisa eu achei desde o princípio e isso já foi dito por entidades com responsabilidade na matéria: o mar é perigoso, mas as ondas não vêm buscar ninguém a meio da praia. Também acho estranho alguém andar a passear no molhado, em pleno inverno e de noite...
    Todo este caso se reveste de um certo mistério que não me tem roubado o sono, pois em democracia cada um mata-se como muito bem entender. :/

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    1. Essa associação de ideias da praxe a esta tragédia já foi inclusive capa de jornal. E quanto a haver praxes em Dezembro: nas zonas do país com maior tradição académica, há praxe durante todo o ano (embora a intensidade, chamemos-lhe assim, vá variando... há picos de actividade praxística).

      Eu não quero, de forma alguma, ser injusto. Mas quando se soube desta história, o meu primeiro pensamento foi: "andaram na farra, estavam bebados e decidiram ir brincar para água". Eu próprio já o fiz em tempos (mas não com o mar naquele estado, não sou suicida lol)...

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    2. Não é preciso ser suicida para ter comportamentos de risco.
      Por acaso estivemos a conversar sobre isso, a seguir a este comentário.
      Eu não acredito que já nascemos com o destino marcado e nesse sentido, evitar comportamentos de risco diminui a probabilidade de termos um fim mais ou menos trágico.
      Claro que isto nem sequer é uma crítica, porque aos 20 anos ninguém está a pensar que vai morrer. Além de que se fossemos pensar no risco, nunca saíamos de casa, porque as escadas dos prédios são perigosas.
      E um pouco de adrenalina é o sal da vida.
      Eu já tive 20 anos há muito tempo e no ano passado fui fazer um salto de paraquedas. E a coisa até esteve perto de correr mal, porque as guias do paraquedas ficaram enroladas e tivemos que andar a pedalar em queda livre para os desenrolar. Tanto que fui o penúltimo a sair do avião e o segundo a chegar a terra.
      Se tivesse morrido, não havia de faltar quem me criticasse a falta de senso. eheheh
      É a vida!

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    3. Quando disse "suicida", era uma forma de expressão. Eu também tive e tenho alguns comportamentos de risco, mas isso é diferente de ser irresponsável. E no que toca ao mar, como surfista, tenho MUITO respeito pelo mar. E ser aventureiro é diferente de ser irresponsável, jamais iria para o mar como os miúdos do Meco foram naquela noite, tendo em conta o estado do mar :/

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  5. Pelo que sei não foram apuradas as razões de eles estarem ali. Só o rapaz que sobreviveu poderá explicar e acredito que ele não esteja muito bem psicologicamente e emocionalmente para isso.
    Concordo totalmente com este texto. Adorei as minhas praxes, como caloira e como praxante. Foram momentos divertidíssimos e nunca ninguém se magoou. Tudo depende da praxe praticada e de quem a pratica.
    beijinho

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    1. Sim, acho que ainda há muita coisa por apurar. Mas os profetas da desgraça do costume, aka comunicação social, começaram logo a especular que tinha sido uma questão praxística -.-'
      E como dizes e bem: "tudo depende da praxe praticada e de quem a pratica" ;)
      Beijinho

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  6. A praxe como a conheci não tinha qualquer intuito em integrar os jovens universitários: tinha como objectivo a tal afirmação dos praxantes a que já te referiste nos comentários acima. Concordo que haverá quem saiba manter o espírito original da praxe, mas são raros pelo que pude observar (na zona Norte). Não será surpresa neste momento, dizer que não me submeti à praxe. Foi estranho que aqueles que queriam "integrar-me" não respeitassem a vontade dos outros em conversar comigo e os proíbissem de o fazer por me ter recusado a participar nas brincadeiras (estúpidas) que organizavam. Claro que não lhes adiantou de nada, mas mostrou de que material eram feitos.

    Mas voltando ao ponto... como em todas as profissões: há bons e maus profissionais. E é facto que já não há paciência para os maus jornalistas, talvez porque somos obrigados a ouvi-los mesmos quando tentamos evitá-los.

    Às famílias e amigos dos estudantes... força e coragem. Nem quero imaginar a dor por que passam :(

    Beijinho

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    1. Lamento que o exemplo praxístico a que assististe fosse dos piores. Mas lá está: existe bom e mau em todo o lado, não podemos julgar a actividade praxística pelos maus exemplos que são dados por pessoas com sede de poder e que se aproveitam do seu estatuto de doutores. Quando se entra pela via da humilhação nunca se é um bom praxante. Para além que estão a ser transmitidos valores errados, que podem levar os caloiros a adoptar as mesmas posturas incorrectas quando for a sua vez de praxar.

      Contudo, a praxe na sua essência, bem praticada, é uma excelente forma de integração e de divertimento! :)

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