A comunicação social cada vez me fascina mais, pela negativa... O que é irónico... Porque eu gostava de ser jornalista. Mas não me identifico com o jornalismo actual.
Pois que cai um muro que, por sinal, mata estudantes universitários. Como poderia ter atingido jovens do ensino secundário, como poderia ter atingido qualquer cidadão, bem como poderia ter atingido crianças. Mas a comunicação social voltou a fazer um bom trabalho no que toca a denegrir a imagem das praxes, e no dia seguinte as capas de certos pasquins tinham como destaque "Praxe mata três jovens". Já não há paciência para este tipo de jornalismo sensacionalista e sem escrúpulos! Eu queria ver se o muro tivesse caído no domingo passado, por causa dos festejos benfiquistas... Gostaria de saber se iam imputar a culpa ao Benfica...
Isto está a começar a roçar o ridículo. Culpar a praxe por um acidente na via pública é algo que eu considero atroz. O muro estava visivelmente degradado, mas a culpa é da praxe. Por acaso os jovens que morreram, e também os jovens que ficaram feridos, estavam em mobilização praxística. Mas, espantem-se, em algo tão inofensivo como duelos de cânticos! Tal como num estádio de futebol existem esses duelos. Tal como na minha viagem de finalistas a Lloret se cantava por Portugal. Tal como quando tivemos por cá o Euro 2004 havia duelos de cânticos. Mas se ainda restarem dúvidas, podem ver aqui neste vídeo (clicar para abrir) no que consistem estes duelos.
E é assim que denigre a imagem da praxe. É assim que se amedrontam os jovens prestes a ingressar no ensino superior. É assim que se preocupam os pais. E é assim que se lavam as mãos de algo que é da competência da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia.
Por fim, uma nota sobre a postura da Universidade do Minho e a sua Associação Académica. É de louvar o gesto de cancelar as festividades académicas das próximas semanas. Há um ano atrás, critiquei a postura da Federação Académica do Porto por não cancelar, nem sequer adiar, a Queima das Fitas na sequência da morte de Marlon Correia (que, relembro, morreu dentro do recinto, a proteger a sua Academia). Este ano, louvo a decisão da Associação Académica da Universidade do Minho, pelo respeito que mostram pelos seus colegas e respectivos familiares.
Podiam ser palavras minhas! Concordo plenamente! Agora tudo é culpa da praxe... -.-
ResponderEliminarEstá a roçar o ridículo!
EliminarÉ estranho que nos dias de hoje, se tenha que louvar que sejam canceladas festividades numa altura de luto de colectivo, quando isso devia ser tão óbvio.
ResponderEliminarQuanto à atitude dos jornalistas, isso já não me surpreende...
Quanto aos jovens, a minha opinião é que continuam imaturos até mais tarde... salvo excepções, claro. Mas se era visível que o muro estava degradado e inclinado (um amigo meu mora a 5 min do local), era de ter um bocadinho de bom senso de não se porem a saltar em cima dele. Com isto não quero, como é óbvio, desculpabilizar quem devia tomar atenção ao estado do muro, ou seja, a Câmara, que já tinha sido avisada pelos moradores da zona.
Sim, tens razão, mas não deixa de ser de louvar. Porque já é sabido que as festividades académicas têm cada vez mais interesses comerciais. E adiar/cancelar acarreta prejuízos enormes, coisa que prevaleceu no ano passado no Porto, mas que felizmente neste caso não prevaleceu.
EliminarQuanto ao acidente... Os acidentes acontecem. Se calhar não deviam ter subido. Mas apesar do mau estado do muro, se calhar nunca pensaram que pudesse desabar... São acidentes...
Antes de escrever algo sobre o assunto, fiquei propositadamente à espera, porque já sabia que isto ia acontecer.
ResponderEliminarSó não concordo que se chame a isto jornalismo. Num órgão de comunicação social sério (isso existe?), estes indivíduos iam para o olho da rua no dia seguinte, sem direito a indemnização.
Tens razão, isto não é jornalismo de facto. O jornalismo deve cingir-se a factos, e isto já são mais do que especulações: são mentiras!
EliminarSim também louvo a decisão da Associação Académica do Minho... Acho que é sinal de respeito que já faltou em outras ocasiões... A comunicação social faz o que quer e é essa a sua liberdade. Lembro-me da história na qual uma criança morreu depois do ataque de um cão de uma determinada raça. De repente só se falava mal desses cães (não dos donos) e já se falava em milhentos casos e que deviam ser proíbidos! Este exemplo é só para salientar que a praxe não é um caso único! A praxe sempre me foi indiferente mas acho este circo a volta dela uma perfeita estupidez...
ResponderEliminarEste ataque às praxes anda a roçar o ridículo. Agora tudo é praxe, e tudo o que envolve incidentes com universitários deve-se a praxes. Porque nem são pessoas nem nada, nem são jovens nem nada, nem os acidentes podem acontecer nem nada -.-'
EliminarConcordo em tudo! E o facto de dizerem que estavam numa "guerra de praxe" sem explicarem o conceitos...são apenas cânticos. Está certo que não deviam ter ido para cima do muro, mas também o muro devia estar em condições de segurança.
ResponderEliminarInfelizmente querem passar a ideia de que a praxe é algo que só prejudica os estudantes, que eles deviam era estudar e etc. Tal como tudo na vida, há boas praxes e más praxes, ou melhor há bons praxantes e outros que apenas querem ridicularizar o caloiro. Mas também em ambiente de trabalho se encontra bons e maus patrões.
Neste caso a lamentar as três vidas que se perderam juntamente com as suas famílias, dois grupos de alunos se nunca mais se esquecerá deste acontecimento. A culpa é de quem? Dos alunos, da câmara, não sei até que ponto irá interessar para a história...as vidas perderam-se na mesma.
Mas sabes, Inês, na TV passaram entrevistas de universitários a explicarem no que consistem as "guerras de cursos". A explicarem que eram cânticos. Mas a comunicação social preferiu as manchetes que culpavam a praxe. É lamentável.
EliminarQuando vi a notícia pensei para comigo:''ainda vão dizer que a culpa disto foi das praxes'' e não é que foi mesmo verdade, o jornalismo português começa a roçar o ridículo sem duvida nenhuma. Sinceramente -_-
ResponderEliminarÉ o linchamento público das actividades praxísticas. Lamentável e ridículo!
EliminarSim, se te matares em frente a uma universidade a culpa também é das praxes. Não é tua, que foste um idiota e irresponsável...
ResponderEliminar(Sem ofensa, Roger!)
LOL não me sinto ofendido, gosto de ironia e sarcasmo ;)
EliminarE é precisamente isto: a culpa não é da praxe. Em certos casos, pode ser de maus praxistas. Noutros, pode ser apenas inconsciência dos jovens. Noutros, como considero neste caso, lamentáveis acidentes.
Só podia ser culpa da praxe...tem as costas largas e é fácil de culpar. Já culpar quem deveria ser responsável pela manutenção do muro ou culpar a irresponsabilidade dos jovens que acabaram por pagar com a própria vida, não, isso não.
ResponderEliminarbeijinho
Ora nem mais. É isso mesmo!
EliminarBeijinho