terça-feira, 5 de novembro de 2013

Depois da tortura, um momento diferente

Na passada sexta-feira, fui fazer análises, como já disse aqui (clicar para abrir link).
Depois de toda a tortura, fui até um pequeno café, tomar um belo pequeno-almoço, para recuperar as forças. Um croissant misto, um folhado de salsicha, um café e um copo de água. Sento-me, a desfrutar da minha refeição, a primeira do dia. A fome era tanta, que eu estava praticamente alheado de tudo o que se passava à minha volta. Até que me apercebo da presença de duas crianças, umas mesas mais à frente, a tomar o pequeno-almoço com o pai. Dois rapazes. O mais velho teria uns 6/7 anos e o mais novo teria uns 3/4 anos.

E foi precisamente o miúdo mais novo que me veio abordar, do nada. Começou a falar comigo, e eu, que adoro crianças, comecei a meter-me com ele e às tantas já ele andava a correr no café, a brincar às escondidas comigo. O pai chamou-o, para ele ir acabar de comer. Quando estava para ir embora, enquanto o pai pagava, voltou para junto de mim. Trazia dois guardanapos, daqueles que se usam nos cafés: um azul e um vermelho. Disse-me "escolhe um". Eu disse que não precisava, que tinha ali uma caixa de guardanapos, para ele guardar aqueles dois para ele. E ele insistiu. Acedi e escolhi o azul. Diz-me ele "pronto, agora vais sempre lembrar-te de mim, e eu vou guardar este para me lembrar de ti". Deu-me um abraço e foi-se embora.

Isto aconteceu com um miúdo que não conheço de lado nenhum e que nunca tinha visto. Dizem que tenho jeito para crianças. E, modéstia à parte, eu acho que tenho. Mas às vezes as crianças, à primeira vista, ficam intimidadas comigo, por causa da combinação altura + barba. Mas aquele miúdo não. Por algum motivo simpatizou comigo e quis andar na brincadeira durante aqueles minutos. Mas, mais do que isso, quis dar-me algo para que me lembrasse dele. E agora tenho ali um guardanapo, daqueles de café, de cor azul. Porque não fui capaz de deitá-lo fora, depois de ouvir de uma criança tão pequena, com aquele jeito doce e inocente, a pedir-me para o guardar para me lembrar dele. Posso dizer que este episódio me fez sorrir logo de manhã e logo depois da tortura à qual tinha sido submetido poucos minutos antes. E voltou a bater bem forte cá dentro a vontade de ser pai...

17 comentários:

  1. São pequenos momentos e pequenos gestos que nos marcam :) e as crianças têm uma capacidade fantástica de nos arrancar sorrisos!!

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  2. Opá... que bonito :) e pensar que uma criança desconhecida te disse isso. Acho que foi sem dúvida um gesto lindo e inocente. Gostei. Tomara que todas as crianças sejam assim um dia. Beijinho x

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    1. Precisamente por ter sido um gesto lindo e inocente é que nem fui capaz de deitar fora o guardanapo :)
      Beijinho

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  3. Oh *.* Sabes... Eu faço o mesmo com pequenos momentos que gosto de guardar e recordar... Guardo tudo e mais alguma coisa! Foi o Teu momento mais fofinho do blog! :P

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    1. LOL obrigado, mas o momento fofinho foi do puto, não meu x)

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  4. Que fofinho! :) As crianças têm atitudes que nos surpreendem... Presumo que esse guardanapo muito dificilmente irá para o lixo.

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    1. Garantidamente não vai para o lixo :)
      Mesmo não conhecendo o puto de lado nenhum, seria incapaz de fazê-lo, porque o gesto tocou-me pela sua inocência :)

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  5. Porque é que não podemos ser todos tão queridos e espontâneos como as crianças? :) Que momento delicioso. :)
    beijinho

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    1. Momento delicioso mesmo, fiquei sem palavras :)
      E é bem verdade, fossemos todos espontâneos como as crianças e o mundo seria bem melhor :)
      Beijinho

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  6. Oh... :)) Adorável o episódio. Deve ter sido a forma da vida te dizer que depois da tempestade vem a bonança :)

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