domingo, 10 de maio de 2015

Viver o momento

Conheci a D. em Maio de 2010. Em plena fase "fundo do poço". No início de Fevereiro tinha acabado a relação que mais me marcou, no final de Abril tinha perdido o meu afilhado. Portanto estava mesmo na merda, destruído pelas reviravoltas da vida. Estava uma sombra de mim próprio.

Conheci a D. de forma estranha. Desmaiei-lhe em cima por duas vezes (a moça é enfermeira, e eu tenho fobia a agulhas lol). Parece merda à filme, de tão ridículo que é, eu sei. Esse episódio foi o mote para uma conversa divertida sobre essa minha fobia. E, não me perguntem como (já disse que sou tímido, não já?), tive a maior dose de lábia ever - ainda hoje não sei o que é que me deu na cabeça. E passados poucos dias, andávamos envolvidos. Era apenas físico, nunca foi nada sério, e durou apenas algumas semanas. Passado algum tempo, ela começou uma relação e afastámo-nos "definitivamente", tendo eu próprio outras relações também.

Voltámos agora a reencontrar-nos, 5 anos depois e ambos solteiros novamente. A atracção física voltou a manifestar-se e voltámos a envolver-nos... And so what? Somos ambos solteiros, nenhum de nós está apaixonado pelo outro e vamos compensando as carências físicas. E querem saber uma coisa? Tal como há 5 anos atrás, está a saber-me bem...

A diferença entre o que se passou em 2010 e o que se está a passar agora, é a minha "motivação para...". Em 2010, eu estava com o orgulho ferido, por ter perdido a mulher que amava. Tinha investido tudo naquela relação, e quando perdi tudo entrei numa onda de "quero é gajas" (na realidade, só queria uma, mas o orgulho ferido queria mostrar ao mundo que "há mais marés do que marinheiros"). Em 2015, é diferente, porque eu próprio estou diferente - os 27 anos não estão só no Cartão de Cidadão, também estão na maior maturidade emocional. Porque sinto cada vez mais que o importante é aproveitar o momento, seja ele qual for. Entre 2010 e início de 2012, desperdicei muitas coisas na vida (inclusive mulheres espectaculares) por estar agarrado a algo que não fazia sentido, por estar preso a alguém que (já) não me queria. Hoje, só quero aproveitar o dia-a-dia. Só quero gozar o momento. 

Estou-me cagando para quem me julga, para quem diz que isto é "errado". Seria errado se uma das partes quisesse mais do que isto... Mas não, está tudo em pratos limpos. Nem eu estou apaixonado pela D., nem ela está apaixonada por mim. Mais: nem isso irá acontecer, porque os limites estão bem definidos - por exemplo, nem eu durmo em casa dela nem ela dorme na minha: há o que há, e depois vai cada um à sua vida. É meramente físico e não vai passar disso. Nenhum de nós está interessado em que seja mais do que isso.

Há uns dias, alguém me perguntava ironicamente "agora aos 27 é que te deu para a vida loka?". Não, não me deu para vida loka nenhuma. Até porque, que eu saiba, ainda há uma diferença entre "ter um caso" e "andar a engatar por aí". Não é a mesma coisa! E eu também não mudei os meus objectivos de vida. Continuo a querer encontrar a mulher certa, continuo a querer ter filhos, continuo a querer um dia ter a minha própria família. Nada disso mudou. Simplesmente decidi não fechar as portas a nada. Às vezes é preciso deixarmo-nos levar, deixarmos fluir. Ao longo da vida, já desperdicei mulheres espectaculares, ou por estar preso a quem não me queria, ou por estar preso ao passado, ou por ter demasiada ânsia de encontrar a mulher certa. No passado, cheguei ao cúmulo de mentir, nas abordagens nocturnas, dizendo-me comprometido quando não o era - cheguei a relatar uma cena dessas aqui (clicar para abrir). Quão ridículo é isto?!

A mulher certa há-de aparecer, eventualmente. E quando (e se) isso acontecer, serei o gajo mais dedicado do mundo. Mas até lá, não vou fechar portas e deixar de viver... E, ao menos, ao acalmar as carências físicas, vou atenuando também as dores da alma... Este pode não ser o "cenário ideal", aliás não o é certamente. E eu tenho noção disso. Mas às vezes é preciso desligar o coração.

6 comentários:

  1. Eu gostava de conseguir desligar mais vezes o coração e deixar-me levar. Maybe one day!

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    1. Normalmente, também me é difícil desligar o coração. Mas às vezes é preciso fazê-lo, em nome da sanidade mental. E na fase da vida em que me encontro neste momento, preciso mesmo de um escape...

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  2. São adultos, é consensual. Ambos querem, why not?
    Desligar o coração às vezes faz bem, muito bem.
    Ajuda.
    Enquanto fizer bem, que continue.

    P.s.: ultimamente tens me servido de inspiração ;)

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    1. Sem dúvida que ajuda... Ajuda a tirar a cabeça de outras coisas...

      PS - ME-DO xD inspiração em quê e porquê? :P

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  3. Inspiração para fuck buddies, não é- Está descansado. :p

    Bem, digamos, que fica mais barato ler o teu blog, analisar o passado e escrever. Tem sido bastante produtivo. ;)
    Só falta a coragem de publicar.

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    1. Ahahahah :P
      Well, fico lisonjeado por isso, acho eu :P

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