sexta-feira, 13 de março de 2015

Primeiras impressões

Há uns dias, comentava no blog da Panda que sou um gajo de primeiras impressões. Comigo, a primeira ideia é sempre a que prevalece, até prova em contrário. Talvez porque sou muito observador e vejo muito mais do que palavras: vejo actos, comportamentos, atitudes, gestos, olhares, posturas. Bom sexto sentido ou não, a verdade é que quando uma pessoa não me inspira confiança no primeiro contacto, a vida acaba por me dar razão. Poderia dar muitos exemplos, mas vou optar por dar um exemplo profissional. A única pessoa com quem me incompatibilizei realmente a nível profissional, foi uma rapariga com quem trabalhei durante pouco mais de 3 meses. Mal trocámos as primeiras palavras, não me inspirou confiança. Não gostei da atitude, da postura - a meu ver, logo ali, já houve coisas que demonstraram muita falta de profissionalismo. Curiosamente, na primeira semana dela, acho que fui o único a ter esses pensamentos. Só que depois a menina acabou por se revelar... Má colega, má profissional, muito arrogante... Durou 3 meses na empresa, acabou despedida por justa causa, depois de ter feito muitas borradas, mas sobretudo uma borrada gigante...

Isto tudo para dizer que até hoje nunca errei quando alguém não me inspira confiança no primeiro contacto. A vida tem-me dado razão, mais cedo ou mais tarde, mas não falha. Contudo, no sentido inverso da coisa, a minha intuição de vez em quando falha... Volta e meia, é frequente desiludir-me com pessoas por quem nutria simpatia, carinho, admiração - por vezes até amizade ou até mais que isso. E tenho noção que a culpa de isso acontecer acaba por ser minha. Sim, minha. Por causa da minha maneira de ser. Como já todos sabem, de racional tenho muito pouco... E sou fácil de agradar. Sou mesmo... Talvez por isso, acabo por confiar mais, e mais rapidamente do que devia. E, como eu digo muitas vezes, só surge a desilusão quando em tempos houve uma ilusão...

Mas, se analisarmos a frio, termos desilusões até tem o seu lado positivo. Significa que um dia abrimos os olhos para a realidade, caso contrário passaríamos uma vida a sermos enganados e a cair em esparrelas. Por isso é que prefiro ter desilusões do que andar toda a vida enganado.

6 comentários:

  1. Normalmente também ligo a primeiras impressões. Mas sei que tenho não posso tirar a pinta logo à primeira. E falo por mim também, por vezes a impressão que dou aos outros é diferente da que é na realidade - ao contrário de ti tenho falta de confiança nas pessoas.

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    1. Como eu disse no post: até prova em contrário. Dou sempre o benefício da dúvida, obviamente. Mas a verdade é que até hoje nunca falhei quando a primeira impressão é má... Feelings :P

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  2. Gato (ou no meu caso gata :P) escaldado(a) de água fria tem medo … já me fizerem tantas, que eu confio desconfiando.
    Para mudar uma “má impressão” é MUITO complicado e mesmo quando tenho uma “boa primeira impressão” … só à terceira é que valido a primeira. O lado positivo de ser assim é que raramente me engano, o lado negativo é que muitas vezes as pessoas ficam com a (primeira) impressão que sou uma pessoa fria e distante.

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    1. Já eu, sou demasiado dado :P
      Confio com relativa facilidade (sou um ingénuo, eu sei)... Embora, com a idade e com a maturidade, seja cada vez menos inocente e já não confio tantooo como antigamente.

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  3. Não estou certa de ter percebido a diferença entre intuição e primeira impressão. Se não conheces a pessoa e te baseias numa coisa que vem de dentro e nem sabes bem de onde, não é tudo intuição (ou impressão)?

    "Surge a desilusão quando em tempos houve uma ilusão", precisamente. E esta noção vai tornar-te cada vez mais racional (leia-se: imune às surpresas causadas pelas personalidades alheias) e, por isso, menos susceptível de sofrer por perceber quem realmente alguém é. Chega a uma altura em que aceitamos serenamente; mantemos as surpresas boas e afastamos da nossa vida as surpresas más, com um investimento mínimo de energia.

    Não sei se me expliquei convenientemente, mas não ficamos 'dormentes'. É, a verdade, uma coisa boa. Muito boa.

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    1. Não é bem a mesma coisa. Ambas as coisas podem completar-se, sim, podem ocorrer em simultâneo, mas não são a mesma coisa. Intuição é, como dizes e bem, algo que vem de dentro e nem sabes explicar. Primeira impressão é quando no primeiro contacto não gostas e/ou não te identificas com a postura da pessoa, com as atitudes, com os pensamentos... Quando o "paleio" da pessoa não te cativa, não te diz nada, quando te faz ficar de pé atrás...

      O que me falta por vezes é aplicar essa teoria na prática, e acabo por me desiludir e por sofrer mais vezes do que deveria. Mas acredito que, com a idade e a maturidade, hei-de conseguir aplicar isso mais vezes...

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