Uma coisa que aprendi na vida é que aquilo que é mais difícil de se conseguir numa relação é a intimidade. Mais até do que a cumplicidade. Porque a intimidade é muito mais rara e muito mais difícil de atingir. É a intimidade que eleva a relação para outro patamar. E não estou obviamente a falar de intimidade sexual, embora faça parte do conceito.
E é precisamente por essa intimidade ser tão rara e quase inatingível, que se torna tão saborosa quando acontece. E se calhar, mais do que qualquer outra coisa, é disso que sinto saudades numa relação... Posso dizer que, até hoje, só consegui atingir realmente esse patamar com uma namorada (embora já me tenha aproximado desse patamar, noutra ocasião... mas atingi-lo mesmo, só uma vez). Essa mesma namorada um dia escreveu-me isto, dias depois de acabarmos: "Aquilo que nós vivemos foi e é mais do que uma relação de namorados...foi e é uma relação de intimidade. A intimidade é rara de acontecer. A intimidade é o que une duas pessoas numa vida inteira por mais que tentem afastar-se. A intimidade assusta, porque sabemos desde logo que por mais que lutemos nunca mais a conseguimos destruir... Se ela existe, não mais pode ser apagada, eliminada".
E é isto, é absolutamente isto. A intimidade assusta, porque nos expõe. E toda a exposição pode fragilizar-nos, na medida em que a outra pessoa fica a conhecer de cor a nossa alma. E a verdade é que a intimidade liga-nos a alguém para sempre. Talvez por isso me assuste a ideia de um dia me voltar a cruzar com essa minha ex... Porque ela sabe ler a minha alma como ninguém, e eu a dela... E, tendo eu criado uma certa carapaça nos últimos anos, assusta-me a ideia de alguém voltar a conseguir ver-me por completo... Na realidade, vendo as coisas a frio, se calhar até foi bom termo-nos afastado quando a relação acabou (embora isso me doesse durante muito tempo)... Porque esse afastamento permitiu-nos seguir em frente.
Essa distância de segurança permite-nos continuar as nossas vidas sem o medo da tentação (seria sempre uma tentação, não tenho grandes dúvidas disso). Por isso é que, neste que é um dos momentos mais difíceis da minha vida, não me tenho permitido contactá-la... Houve um dia em que quase vacilei, confesso... Tinha o número dela no visor do meu telemóvel e estive prestes a fazer a chamada... Recuei, e foi o melhor que fiz... Tudo na vida acontece por um motivo, e é melhor não voltar a abrir as portas que me deram tanto trabalho a fechar...
Bem, poderia ter sido eu a escrever isto. :) A intimidade... o expoente máximo do Amor, no meu ponto de vista. Confesso, que se pensar muito bem, ninguém me conheceu "Nua e Crua"... Sem defesas. Talvez porque não houve ninguém que realmente conseguisse ou merecesse transpor estes últimos muros. O pior... é que ao modo que o tempo avança estes muros ficam maiores e mais fortes. É preciso alguém muito especial mesmo para criar a verdadeira intimidade. As tentações estão sempre lá... Mas pensa sempre no melhor para ti. Sente e depois racionaliza q.b. . :) Beijinhos grandes
ResponderEliminarSem dúvida o expoente máximo do amor. É o que leva a relação para outro nível mesmo...
EliminarAcho que posso dizer que apenas uma pessoa me conheceu sem defesas, sem filtros... Mas como dizes, e bem, ao longo do tempo os muros ficam maiores... E hoje em dia já não é tão fácil conhecerem-me dessa forma. É preciso que seja realmente alguém especial...
Por pensar no melhor para mim, é que tento manter-me racional em determinados momentos ;)
Beijinho
As palavras que mais gostei de ler.
ResponderEliminarE, por curiosidade, podes partilhar porquê? :)
EliminarPorque estas são palavras de fé, luz e esperança. Ao contrário de algumas outras que vais escrevendo. E não sou ninguém para te escrever isto, mas devias focar menos a tua escrita nos assuntos do coração e mais noutros temas. Isso também te ajudaria a ti mesmo a não pensares tanto no facto de estares solteiro. Não é saudável para ti e, penso eu, está na altura de caminhares de outra forma e noutras direcções. O amor há-de bater-te à porta, mas isso acontecerá quando te permitires a isso.
EliminarEu não penso no facto de estar solteiro, não é por aí (de todo). Apenas me sinto num grande estado de carência, admito, motivado pela má fase em que ando... Perdi o meu pai, uma das pessoas mais importantes da minha vida. E isso deixou marcas... E sim, sinto-me carente... É óbvio que esta má fase se reflecte no blog e no que escrevo... Não tem a ver com procurar o amor, mas sim com o facto de estar a precisar de carinho, de abraços, de amizade... O que escrevo reflecte um momento difícil...
EliminarCostumo dizer que o blog não reflecte tudo o que sou, mas reflecte muito do que sou. E é impossível numa fase má reflectir coisas boas...
Agarra-te à vida. Ela (ainda) é bonita.
EliminarI'm trying to... :)
EliminarDoeu lá no fundo ler estas palavras. Têm tanto de bonito quanto de intenso.
ResponderEliminarIntensidade... É a palavra que, de facto, melhor descreve muito do que escrevo neste post...
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