Eu sei, eu sei, desleixei-me com esta rubrica, shame on me... Vários foram os factores que levaram a isso: primeiro, andei um pouco desligado da 7ª arte nos últimos tempos; depois, no mês de Outubro andei ausente da blogosfera; por último, desde que saiu o Football Manager tenho dedicado mais horas a esse vício do que aos filmes.
Mas hoje vi o filme "Boyhood" e não poderia não escrever sobre ele. O filme estreou esta quinta-feira, mas eu vi confortavelmente em casa: gosto de ir ao cinema, mas prefiro home cinema. É mais tranquilo, posso estar deitado, não aturo barulho e sai mais barato :P
"Boyhood" é dos melhores filmes que vi nos últimos tempos. Fala-se que será um dos favoritos aos Óscares. E com todo o mérito, diga-se. Para já, é bastante inovador: o filme foi rodado durante 12 anos! Cerca de uma semana por ano, sempre com os mesmos actores, acompanhando o seu crescimento e envelhecimento. E daí destaca-se a personagem principal, Mason, que começamos por ver como um miúdo da primária, e que acabamos a vê-lo já maior de idade.
A história aborda a vida de Mason e da sua família. Os pais estão separados, Mason e a irmã (filha do realizador) vivem com a mãe. Ao longo da trama vamos vendo a evolução de cada personagem: a evolução da vida profissional da mãe e também a sua vida amorosa; o pai de Mason, que vai registando maior maturidade ao longo da história, sobretudo quando a sua vida pessoal também evolui; o crescimento da irmã de Mason; mas sobretudo o próprio crescimento de Mason. Ao longo de quase 3 horas, vemos uma personalidade que se vai criando. No fundo, assistimos ao crescimento real de um miúdo. Vemos Mason passar pelas dores de crescimento que todos nós já tivemos.
Todos nós tivemos dores de crescimento. Apesar de algumas poderem diferir (como é o caso dos pais separados - nem todos nós passámos por isso), mas há dores comuns a todos nós: todos passámos pela definição de personalidade e identidade; todos passámos pela integração numa nova escola; todos passámos pelos amores e desamores da adolescência; todos passámos pela aprendizagem de lidar com a frustração; etc. E este é um filme diferente do que é habitual neste género também noutra vertente: muitos filmes optam por captar a primeira paixão avassaladora, o primeiro beijo, a primeira experiência sexual, o baile de finalistas, etc. Mas "Boyhood" é diferente, vai mais aos "pequenos momentos" que nos definem, faz-nos ver a evolução do ser humano.
O que também é curioso de verificar no filme é a evolução da sociedade e da tecnologia. Por exemplo, quando o filme começou a ser rodado, o presidente dos Estados Unidos era o Bush, e há diálogos do filme que o referem. Mais tarde, vemos as personagens em campanha pró-Obama. Vemos também a evolução da tecnologia, através das consolas, dos telemóveis e até das redes sociais.
Este é um filme que nem toda a gente vai gostar. Pode haver quem o ache monótono. Porque, lá está, não existem "grandes momentos", digamos assim. Não existe aquele climax a que estamos habituados. Para além disso, é um filme longo, quase 3 horas de duração. Na minha opinião, são 3 horas bem passadas, em que mal nos apercebemos da real duração do filme. Mas acho que nem toda a gente vai entender a essência de "Boyhood". A meu ver, é um filme que ganha pela simplicidade, não sendo tão simples assim.
PS - Um filme que começa com Coldplay na banda sonora e, minutos depois, tem Blink-182, é aposta ganha ahahah :P
"Boyhood"
Director: Richard Linklater
Starring: Ellar Coltrane, Patricia Arquette, Lorelei Linklater, Ethan Hawke, ...
Genre: Drama
2014
Devo dizer que estou curiosa quanto a este filme. Ainda não tive oportunidade de o ver, mas vou tentar com certeza.
ResponderEliminarEu gostei muito e acho que é daqueles filmes que valem realmente a pena. Mas é um filme diferente, como disse no post não há aquele clímax, e por isso há quem possa achar monótono. Eu não achei, pelo contrário, acho interessante ver a evolução do ser humano sobretudo na fase em que mais definimos a nossa personalidade e os nossos gostos: a adolescência :)
EliminarVi na quarta-feira! :)
ResponderEliminarGostei bastante, e apercebi-me que era realmente "antigo" quando estão a ver o Dragon Ball e o BooBoo a matar pessoas! :D
Ahahahah true story xD
EliminarE há mais alguns pormenores desses no início. O Game Boy (o Advance, salvo erro), a música que a miudinha canta (que não vou spoilar aqui para quem não viu, mas que é completamente pop do final dos anos 90, início de 2000), etc :P
Sim, é daqueles filmes que não tem aqueles momentos de climax, ou de drama, ou de reviravoltas. essencialmente é uma história de um miudo e a sua familia, com tudo o que pode acontecer. são 2h 40min que passa e nem damos por isso. E ver o crescimento dos miudos e o envelhecer dos pais é delicioso! :)
EliminarLá está, é um filme que ganha pela simplicidade, não sendo tão simples assim ;)
EliminarMarca pela diferença, sem dúvida!
Passei o post todo à frente e só quero saber isto: posso ler sem me estragares a surpresa do filme?!
ResponderEliminarEu não sou de spoilar filmes nestes meus posts, como poderás constatar ao longo da rubrica :P
EliminarContudo, depois de ver o teu comentário, fui verificar este post com todo o cuidado. Existiam dois pequeníssimos spoilers (tendo em conta o filme, eram quase irrelevantes, eram mesmo pequenos pormenores), mas já corrigi o post. Portanto podes ler sem stress :P
Eu quero tanto ir ver ao cinema....Queria ter ido ver ontem! Há meses que estou à espera que saia o filme.
ResponderEliminarQuanto a teres visto em casa....Shame on you! Cinema é para se ver no cinema.
O filme é muito bom mesmo. Acho que é um forte candidato aos Oscares. Fala-se que será o grande candidato à categoria de Melhor Argumento Original.
EliminarQuanto ao home cinema... Eu gosto de ir ao cinema, que gosto, mas a disponibilidade normalmente não é muita. Além disso, tenho estado doente esta semana. Contudo, prefiro sempre home cinema. Não só sai mais barato (:P), como é outro nível de conforto: posso estar deitado, seja na cama ou no sofá; não tenho que levar com putos barulhentos ou com telemóveis a tocar; não tenho que levar com o barulho das pipocas; etc :P
Agora deixaste-me curiosa. Mal possa tenho que ver em casa também sou como tu gosto de estar à vontade eheh neste caso deitada :P
ResponderEliminarBeijinhos
Ahahah eu sou um acérrimo defensor do home cinema :P
EliminarE quando é com companhia, melhor ainda, mas não foi o caso.
Vê que vale a pena ;)
Beijinho
Eu também sou uma grande defensora, até porque da ultima vez que fui ao cinema senti-me estranha e com falta de espaço para estar realmente confortável ah ah
EliminarSim com companhia ainda melhor claro ;) mas deixa que um dia a tal aparece e é home cinema all day long :P
Mal o tenha disponível vejo sim :)
Beijinhos*
Ahahah de facto em casa há outro conforto. E se quiseres fazes pause e vais buscar algo para comer ou para beber, ou se não estiveres a gostar de determinado filme desligas e não ficas com remorsos de estar a gastar dinheiro à toa, etc etc, é só vantagens :P
EliminarE quando falava em companhia, não estava a referir-me necessariamente à tal xD
Por acaso vi este filme sozinho, mas gosto de ver filmes com companhia, não necessariamente uma namorada :P
Beijinho
Não conhecia, nunca tinha ouvido falar. Mas já estou com imensa vontade de ver. Pensar num filme desses é um risco enorme, porque em 12 anos muita coisa podia ter corrido mal. Mas pelos vistos conseguiu fazer uma obra prima. E estou curiosa para ver a Patrícia Arquette. A primeira vez que a vi foi no filme Estigma e fez um papelão. Há muito que não a vejo em nenhum filme.
ResponderEliminarObrigada pela sigestão. :)
beijinho
O filme estreou na quinta-feira, e por isso esta semana tem sido mais falado, há artigos em vários sites, vi um no site do Público inclusive. E salvo erro foi nesse artigo do Público que também foi referida essa questão de muita coisa poder correr mal em 12 anos - inclusive li que, caso acontecesse algo ao realizador, estava previsto o Ethan Hawke assumir as rédeas do filme para que projecto visse a luz do dia :)
EliminarBeijinho
E o Ethan já é repetente nestes filmes de seguir o "envelhecimento" das pessoas. De forma bem diferente, claro, mas aquela trilogia onde ele entra (ainda não vi o 3º) também segue mais ou menos a vida do casal por duas décadas. :)
Eliminarbeijinho
Por acaso ainda não vi essa trilogia, mas também consta da minha lista (tenho uma lista do tamanho do mundo ahahah) xD
Eliminarquase que só precisava do PS para ver o filme, obrigada, estava mesmo num impasse, vejo, não vejo, e agora vejo (:
ResponderEliminarBem-vinda por aqui, antes de mais :)
EliminarEspero que gostes do filme, depois dá o teu feedback se quiseres :)