quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Divagações de uma madrugada... (post longo)

Há um facto inegável a meu respeito: conheço-me cada vez melhor. É verdade que me obrigo a isso, sim. Deixei de fugir aos pensamentos que me atormentam e obrigo-me a encará-los de frente. E neste momento não há ninguém que me conheça tão bem como eu. Em tempos já houve, mas actualmente ninguém me conhece como eu me conheço.

E se há coisa que tenho percebido (sobretudo nos últimos 3/4 anos) é onde reside o meu ponto de ruptura com alguém. Percebo que é hora de me fazer à estrada quando as pessoas começam a fazer-me mais mal do que bem. O meu breaking point dá-se quando sinto que determinada pessoa me está a afectar no sentido negativo. Quando a minha auto-estima começa a cair a pique, quando começo a deixar de me reconhecer nas minhas acções, quando a frustração começa a ser o pão nosso de cada dia na minha vida. Quando sinto que há alguém a ter efeitos tão nefastos em mim, dá-se a ruptura.

Na maioria das vezes, demoro a chegar a esse ponto. Sou muito de dar segundas oportunidades... E terceiras... E quartas... E por aí fora. Não desisto de ninguém de ânimo leve! E quando as coisas começam a balançar, normalmente tomo a iniciativa de me sentar com a pessoa e perceber o que se está a passar. Porque quero que as pessoas sejam francas comigo. Mas as oportunidades também se esgotam... Esgotam-se quando sinto que do outro lado não há franqueza e sinceridade, quando sinto que do outro lado é igual ao litro se estou ali ou não, quando as atitudes das pessoas me começam a afectar mais do que deviam. E é aí que se dá a ruptura. Às vezes as coisas ficam feias, às vezes o afastamento é simplesmente natural e espontâneo, às vezes é só uma vírgula...

Também acredito que nada na vida acontece por acaso. Todas as pessoas que fazem parte da nossa vida acrescentam algo. Mas acho que a vida é feita de momentos... Se calhar há ligações que se estreitam em determinado momento, porque ambas as pessoas estão numa fase da vida muito semelhante. E quando se perde essa identificação com o outro, pode dar-se a ruptura. Às vezes são rupturas momentâneas, fruto das fases da vida em que as pessoas se encontram. Por exemplo, há uma rapariga que eu conheço há uns 12 ou 13 anos. Tivemos uma fase de grande proximidade, inicialmente. Depois a ligação foi-se perdendo, até que deixámos de ter contacto. Voltámos à vida um do outro no início de 2012. Durante uns 3 ou 4 meses, tivemos ali novamente uma fase de grande proximidade - foi o braço dela que me tirou do fundo do poço, foi no início de 2012 que voltei à vida depois de 2 anos muito negros, e foi ela que me deu o abanão final para isso. E depois, voltámos a afastar-nos... Por questões que ainda hoje não percebo muito bem, mas que desisti de tentar perceber. A sensação com que fiquei na altura é que o namorado dela tinha ciúmes de mim, e pressionou-a para se afastar. E comecei a deixar de ter resposta às mensagens. Fui engolindo o sapo, até que na madrugada (what else) de um dia de Verão, mandei-lhe alto testamento por e-mail, altamente desiludido com aquelas atitudes. Só falámos sobre o assunto meses mais tarde, quando ela decidiu entrar em contacto comigo, a coisa nunca ficou muito bem esclarecida, mas pronto, lá está, são os momentos da vida. Se calhar daqui a alguns anos talvez haja uma nova aproximação, talvez daqui a alguns anos voltemos a estar em fases da vida que criem a tal identificação.

Isto tudo para dizer que, na nossa vida, temos que ter consciência que há pessoas que vão e vêm. Há aquela "meia dúzia" que fica para sempre, que nos acompanha ao longo da vida. Mas também há momentos de passagem... Há pessoas que se cruzam em determinado instante porque é daquilo que precisam naquele momento, mas que depois deixa de fazer sentido...

Custa a aceitar? Às vezes custa p'ra carago... Mas é preciso aprender a lidar com os pontos de ruptura nas relações pessoais... Porque eles existem, não podemos camuflar isso! E há alturas em que o nosso amor próprio tem que falar mais alto que tudo o resto. Eu conheço-me... Sou um gajo afectuoso, e sei que não me contento com migalhas. Migalhas dão-se aos pombos, sempre ouvi dizer. Cada qual aceita aquilo que acha que merece. E quando eu sinto que estou em entrar no ponto de ruptura, que determinada pessoa me está a fazer mais mal do que bem, então aí obrigo-me a centrar-me em mim próprio. Diz-se que as decisões mais difíceis são sempre as mais acertadas, e eu concordo plenamente com essa teoria...

2 comentários:

  1. Há momentos em que sentimos mais ligação à pessoa seja porque momento for, depois acabamos por nos afastar mesmo sem razão.... e ficamos a pensar no porque desse afastamento quando há algum tempo atrás éramos unidos? Mas pronto há pessoas que entram e saem da nossa vida...o importante é saber retirar as "lições", as aprendizagens, enquanto estamos essa pessoa está connosco. Aprendemos sempre alguma coisa.

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    1. Sim, a vida é feita de aprendizagens, de cabeçadas, de momentos. E da mesma forma que há pessoas que nos acompanham ao longo da vida, também há pessoas que vão entrando e saindo. Custa... Mas faz parte da vida...

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