terça-feira, 27 de janeiro de 2015

"Àquela que se apaixonar por mim..."

"Boa sorte. Não me tentes procurar em mapas antigos; a maior parte das estradas do meu coração são novas. Sei que não será fácil amar alguém como eu. Não sempre. Não todos os dias. Haverá dias em que não será fácil. Nada fácil. Dias em que me fecharei em copas, com todos os meus problemas – não te vou querer preocupar ou chatear com eles. Sei que quem ama partilha, mas quem ama também protege. É isso que quero: proteger-te. Não me censures. Perdoa todos os meus casos com as palavras, com os livros, com as madrugadas de insónias e as cores das manhãs. Perdoa os textos que te causarão algum embaraço. Alguma exposição indesejada. Só quero usar as palavras para explicar o que trago por dentro. O quanto te poderei amar. Haverá outros dias em que te deixarei desarmada com os gestos mais banais. Os que, ao mundo, parecem absurdos. Deixar-te-ei, por vezes, sem palavras. Mas isso é bom. Em todas elas o silêncio será um aliado, um bem necessário. Não te preocupes se me perder a olhar-te. A tentar decifrar cada traço. Quero guardar-te em mim. Procurar a certeza dessa vertigem que será amar-te. A ti que um dia farás parte desta jornada, peço que não ignores os meus defeitos. Mas que os ames. Como o mar ama as estrelas que nele se reflectem, sem nunca lhes tocar."


Todo o texto podia ter sido escrito por mim. Mas o que está a negrito, ainda mais. 

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