"Boa sorte. Não me tentes
procurar em mapas antigos; a maior parte das estradas do meu coração são novas.
Sei que não será fácil amar alguém como eu. Não sempre. Não todos os dias.
Haverá dias em que não será fácil. Nada fácil. Dias em que me fecharei em
copas, com todos os meus problemas – não te vou querer preocupar ou chatear com
eles. Sei que quem ama partilha, mas quem ama também protege. É isso que quero:
proteger-te. Não me censures. Perdoa todos os meus casos com as palavras, com
os livros, com as madrugadas de insónias e as cores das manhãs. Perdoa os
textos que te causarão algum embaraço. Alguma exposição indesejada. Só quero
usar as palavras para explicar o que trago por dentro. O quanto te poderei
amar. Haverá outros dias em que te deixarei desarmada com os gestos mais banais.
Os que, ao mundo, parecem absurdos. Deixar-te-ei, por vezes, sem palavras. Mas
isso é bom. Em todas elas o silêncio será um aliado, um bem necessário. Não te
preocupes se me perder a olhar-te. A tentar decifrar cada traço. Quero
guardar-te em mim. Procurar a certeza dessa vertigem que será amar-te. A ti que
um dia farás parte desta jornada, peço que não ignores os meus defeitos. Mas
que os ames. Como o mar ama as estrelas que nele se reflectem, sem nunca lhes
tocar."
Por: Pedro Rodrigues
Todo o texto podia ter sido escrito por mim. Mas o que está a negrito, ainda mais.
Sem comentários:
Enviar um comentário