Desculpem a comparação escatológica, mas eu considero que, na grande maioria dos casos, voltar com uma/um ex-namorada/o é igual a vomitarmos e comermos o nosso próprio vomitado. A visão não é bonita, pois não? Nas relações também não! Se a coisa não correu bem à primeira, também não acredito que corra bem à segunda. Acho que tudo na vida tem um tempo certo, e as coisas acontecem porque em determinada altura havia predisposição para tal. Mas a verdade é que muitas vezes apanhamos os comboios errados. Então porque é que havemos de insistir nesses comboios?
Eu só acredito que, eventualmente, possam existir segundas oportunidades nas relações quando elas não acabam nem por falta de amor, nem por faltas de respeito (traições, mentiras, insultos, violência, etc), nem por estar a correr mal. Porque sim, há relações que acabam por circunstâncias da vida (distância, por exemplo)... E eu que o diga, porque já passei por isso. Foi uma relação que, em primeira instância (e digo isto porque, depois de acabarmos, a coisa descambou), não acabou por falta de sentimento (éramos doidos um pelo outro) nem por faltas de respeito (é das poucas ex por quem eu sou capaz de meter as mãos no fogo em como nunca me traiu e nunca seria capaz de o fazer - porque lhe reconheço carácter!). Uma relação que acabe por circunstâncias da vida, à partida não acaba mal. E por isso, aí sim pode haver margem para uma segunda tentativa, se o sentimento perdurar no tempo. Mas estes casos são raros, raríssimos. Arrisco-me a dizer que voltar com uma/um ex é, em 95% dos casos, cometer um grande erro (muitas vezes, até é cometer o mesmo erro pela segunda vez).
Mas não podemos escamotear o facto de o amor nos cegar... Quantas vezes já travámos batalhas entre o coração e a razão? Há sempre aquele momento em que a cabeça nos diz "isto é tão errado!" e nós fazemos orelhas moucas a esse aviso... Por isso é que já (quase) todos demos por nós a lutar por uma relação que já estava mais que morta e enterrada, mas na qual nós insistíamos numa reconciliação. Não tenho problemas nenhuns em admitir que já o fiz. Porque, como já disse aqui no blog, eu tenho um sério problema com desistências: odeio a frustração de ter que admitir que está na altura de baixar os braços. E deixava-me cegar pelos sentimentos. Hoje, olho para trás, para todo o meu percurso amoroso, e, de cabeça fria, reconheço que essas lutas não valiam a pena, já estavam num ponto de não retorno.
Por isso, se hoje me perguntarem se eu seria capaz de voltar com alguma ex, digo peremptoriamente que não. Com nenhuma. Motivo número 1, comum a todas elas: já não estou apaixonado por nenhuma, portanto não havendo sentimento também não há motivo para andar a arrastar fantasmas do passado. E depois, porque hoje sei que nenhuma delas era "a tal". Houve uma que talvez tenha andado perto de o ser, e daí ter andado 2 anos a lutar para voltarmos (a tal de que falei atrás, da relação que acabou por circunstâncias da vida). Mas hoje, a frio, sei que seria um erro. Como dizem os Xutos, "o que foi, não volta a ser". Nunca seria igual. E como deixámos de fazer parte da vida um do outro, perdeu-se toda a amizade e cumplicidade que se tinha. Se nos voltássemos a cruzar agora, seríamos dois perfeitos desconhecidos, porque já passou muito tempo e as nossas vidas foram seguindo o seu caminho.
Concluindo... Ao longo da minha vida, fui aprendendo a reter esta lição: não há nada que justifique ficar preso ao passado. Claro que todas as relações passam por um período de luto, que é normal e saudável, mas há que seguir em frente. Se não resultou, é porque aquela pessoa não era a pessoa certa para nós. E como tal, temos que alargar horizontes para que haja espaço para a pessoa certa surgir.
Tive uma experiência de voltar a comer aquilo que tinha regurgitado. E foi horrível. A coisa boa? Deu para aprender. ;)
ResponderEliminarLol lá está a estatística: é (quase) sempre horrível :P
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