segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Recta final de 2020

2020 encaminha-se finalmente para o seu fim - aleluia, irmãos!
Tem sido um ano difícil para toda a gente (e vamos ver o que ainda nos reserva).
 
Para mim, foi um ano especialmente complicado. 
 
Foi um ano desafiante, muito por causa da pandemia. A minha vida profissional deu uma volta gigante à conta do Covid. Estive completamente sem trabalho durante alguns meses, e mesmo no comeback têm sido tempos difíceis. Perdi completamente a estabilidade profissional e financeira que estava a começar a consolidar desde o início de 2019, quando me lancei por conta própria. Tive que me reinventar, reinventar novos métodos, novas rotinas, novas abordagens ao meu trabalho e à forma como o desenvolvo, novos estilos de vida, and so on...

Não tem sido um bom ano. Mas acho que foi um dos anos de maior crescimento para mim. Quando saímos da zona de conforto, quando temos de nos reinventar, quando nos vemos confrontados com decisões difíceis, advém sempre daí uma aprendizagem, um crescimento pessoal. E eu aprendi muito nos últimos meses.

Primeiro, sobre mim. A quarentena, o facto de ter que estar fechado e desocupado... E depois, numa segunda fase, o facto de estar a viver sozinho... É quando paramos que realmente pensamos. É quando realmente nos vemos. É quando olhamos para nós. A rotina muda, e não temos outra hipótese senão olhar para dentro. E quando olhei para dentro, vi coisas que não gostava e que decidi que queria mudar. Nomeadamente a minha ansiedade e a minha insegurança. São duas coisas que eu precisava desesperadamente de trabalhar em mim. E procurei as ferramentas que necessitava (porque não quero que pesquem o peixe por mim, quero aprender a pescá-lo): terapia e meditação. 
 
E isto foram passos gigantes para um gajo como eu: nunca fui minimamente espiritual, minimamente zen. Sempre fui muito prático nessas coisas, muito de bola para a frente (às vezes era mais fuga para a frente, na verdade). Começar a meditar e começar a ir ao fundo de mim através da meditação e da terapia... Foi uma auto-descoberta desafiante. Percebi algumas coisas a meu respeito, descobri o porquê de algumas coisas... E tem sido igualmente um processo de cura. De reconciliação com algumas coisas do meu passado. De regeneração de alguns sentimentos bonitos que haviam ficado perdidos algures no tempo. É complicado pôr em palavras o que tenho aprendido nos últimos tempos - e há coisas que são também muito pessoais e que, mesmo que soubesse como as expor em palavras, não quereria fazê-lo. Mas tem sido desafiante, simultaneamente doloroso, simultaneamente recompensador.

Não quero com isto dizer que já está tudo bem e que sou um homem novo! Nada disso! Há todo um caminho a percorrer e, na verdade, ainda estou no início! Há muito para trabalhar, muitas batalhas interiores para combater. Mas o caminho faz-se caminhando. Não tenho pressa para chegar a lado nenhum. A única coisa que quero é, dia após dia, viver melhor comigo próprio e viver melhor com o mundo. Conhecer-me cada vez melhor, conhecer os outros, conhecer o mundo. Fazer a diferença em mim para depois estar capaz de fazer a diferença na vida dos outros. Antes de olhar para fora, há que olhar para dentro. Há que curar, melhorar, resolver. 
 
A única pessoa com quem lidamos todos os dias, desde que nascemos até morrermos, é connosco próprios. E convém que essa relação seja saudável. And I'm working on that!

Sem comentários:

Enviar um comentário

Real Time Web Analytics